Um Gênese Moderno  

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Kiev, Ucrânia.
Universidade das Forças Invisíveis. Entrada do Campus principal.

19:30min. Os recém chegados alunos se entreolham, tentando encontrar maiores esclarecimentos, mas todos parecem igualmente confusos e ansiosos por respostas.

Em meio a uma maioria absoluta de jovens, uma figura se diferencia das demais: Um senhor de aparentemente quarenta anos, do alto de seus quase dois metros de altura, de terno e gravata impecavelmente brancos. Ele pede a atenção dos presentes. Sua voz ecoa sobrenaturalmente por todo o ambiente:
- Boa noite. Acompanhem-me.

Lentamente o homem de branco se dirige aos fundos do pátio, onde uma rampa que dá acesso ao primeiro andar é avistada. A grande maioria o segue prontamente. Os mais cautelosos o fazem em pouco tempo. O homem adentra o primeiro andar, parando ao lado de uma das portas. Uma pequena placa dourada identifica o recinto: “sala 1.2”.

- Entrem, e aguardem sentados–diz, sem demonstrar muita afabilidade.

Pouco a pouco, os entrantes se acomodam nas confortáveis cadeiras do amplo auditório. Assim que o último visitante adentra a sala, a porta é fechada.

Alguns tentaram se comunicar com os colegas mais próximos, mas encontraram dificuldades: os idiomas ali falados eram os mais variados, impedindo que qualquer diálogo mais proveitoso ocorresse de pronto. Com mais alguns minutos de espera, algumas conversas em espanhol e inglês puderam ser ouvidas, mas foram logo interrompidas pelo destrancar da porta.

Um homem de boa aparência, estatura mediana, de cabelos negros curtos e bem penteados, posicionou-se em frente à turma. Vestido com um belo terno cinza escuro, o entusiasmado anfitrião é logo identificado pelos alunos como o “professor” da sala. Ele observa a todos atentamente por um instante, sem dizer uma palavra, com um suave sorriso que transmitia a sua felicidade por estar ali e uma irresistível simpatia.

Uma vez estabelecido o silêncio, ele se apresenta.

Boa noite a todos. Permitam-me que eu me apresente. Meu nome é Eric, e eu tenho certeza que nos veremos com certa freqüência a partir de hoje. Creio que possam ficar surpresos pelo fato de que, com a minha chegada, todos estão se entendendo e me entendendo perfeitamente, mas isso pode ser explicado depois. O importante é que vocês estão entendendo. – afirmou Eric, sorridente, enquanto caminhava entre os alunos.

Meu intuito aqui é compartilhar um pouco do meu conhecimento com vocês. Explicar melhor o que são e porque são. Eu particularmente acredito que o melhor jeito de explicar isso a vocês seja contando a verdadeira história do nosso universo.

Primeiramente, não se sintam envergonhados de terem acreditado em tudo que lhes contaram por todo esse tempo, pois que lhes contou não tem a mínima culpa. Pensem bem: quem lhes contou a história estava lá para poder lhes afirmar, com convicção, que os fatos ocorreram conforme lhes foi contado? – Eric fez uma pausa proposital na oratória, induzindo um momento de reflexão - Pois bem, eu também não estava lá – retomou. Com essa frase, ouve-se um principio de riso entre os alunos – mas... ao menos eu posso dizer que quem me contou essa história estava lá, vendo tudo acontecer, e tenho certeza que me contou toda a verdade. Então vamos a ela.

A surpresa com que os “alunos” receberam a introdução de Eric era quase palpável. Um misto de desconfiança, curiosidade e deslumbramento tomava a mente dos ouvintes. Eric sabia como ser persuasivo. Conhecia como poucos o profundo da alma humana. “Eles estão em dúvida agora, mas logo vão entender” – pensou. Após lhes proporcionar uma nova pausa para colocar as idéias em ordem, decidiu retornar a explanação.

Bem, no princípio, não havia nada como conhecemos hoje. É impossível descrever com termos humanos o que existia, mas para facilitar o entendimento da historia, vamos imaginar esse grande “nada” como uma imensidão negra, tudo bem? – disse, enquanto apontava para o quadro-negro.

Nessa imensidão surgiram sete seres de incrível poder. Esses seres não existiam fisicamente e, portanto, não possuíam um corpo. Vocês podem imaginá-los como entidades muito poderosas, espíritos, ou até deuses se preferirem. Ao citar os sete, Eric se voltou novamente ao quadro negro, desenhando apressadamente sete rabiscos semelhantes à forma com que uma criança desenharia um relâmpago.

Nessa época eles não tinham nome, pois essa necessidade de se identificar é totalmente humana, mas posteriormente seis deles ficariam conhecidos como Rá, “O Andarilho”, Mikael, Alexandre, Lucian e Eva.

- Rá? Mikael? Eva? Acho que conheço esses nomes...- diz um dos ouvintes

Realmente, Greg, alguns desses nomes soam realmente familiares – respondeu Eric. É visível a surpresa do jovem aluno inglês ao ver que o ministrante da aula lhe chamou por seu apelido de infância – Se eu lhe explicasse de pronto o motivo disso acho que pularíamos algumas partes importantes da história, mas vamos entender o porquê disso em breve, ok?

Continuando, vocês lembram que eu mencionei os Reitores eram sete, não? O sétimo Reitor se autodenominou Belial e podemos dizer que ele é o “irmão mais velho” dos Reitores. Pelo que consta, os Reitores não surgiram simultaneamente no universo, Belial foi o primeiro – disse, enquanto circulava um dos “relâmpagos” no quadro - e depois surgiram os outros seis.

Assim sendo, quando os outros irmãos surgiram, Belial usou de todo o seu poder para permanecer furtivo, onde pouco a pouco foi influenciando o intelecto de seus irmãos.

- Está estranha essa história, Eric – indaga uma jovem alemã - Como ele conseguiu fazer isso? Como um consegue se esconder de seis? Posso estar falando besteira, mas sei lá, eles todos eram deuses não eram? – pergunta.

- Para responder a essa pergunta, temos que explicar antes o que um Reitor pode ou não fazer.

De forma simples, podemos dizer que um Reitor é capaz de fazer tudo o que desejar, contanto que tenha o consentimento ou abstenção de seus irmãos. Tudo deveria ser decidido em unidade. O problema que só foi descoberto posteriormente, Nicole, é que Belial não era bem um Reitor, e sim um ser superior em poder se comparado aos demais Reitores.

- Ahhh... – expressa a moça, dando-se por satisfeita.

Com o passar do tempo, Belial começou a semear extrema angústia no “coração” dos Reitores, sentimento esse que foi amadurecendo e frutificando entre os seis, despertando uma até então inexistente necessidade de auto-afirmação. Eles não sabiam o que causara tamanho desconforto, mas sabiam que precisavam se livrar daquilo. Em uníssono, chegaram à conclusão que se conseguissem realizar um feito duradouro, que lhes deixassem orgulhosos o suficiente, eles reafirmariam sua capacidade e conseguiriam extinguir esse mal estar.

E foi assim, em busca de criar algo que lhes justificasse a existência, que nosso universo nasceu. Não exatamente como hoje, é verdade, mas uma boa parte dos corpos celestes existentes hoje foi criada naquela época.

Mas, infelizmente, a “depressão” dos Reitores não parou por aqui. A influência de Belial não cessou. Ao contrário, quanto mais retoques os nossos artesãos davam no recém nascido universo, mais a incontrolável sensação de frustração lhes tomava. A obra sempre lhes parecia incompleta e imperfeita. Essa é uma lição que vocês precisam aprender de já: Não subestimem o mal, pois Belial é realmente muito poderoso!

- Esse cara ainda existe? Quero dizer, a gente pode encontrar com ele? – questionou um temeroso rapaz oriental.

- Você já o encontra todos os dias, Wan. Ele está sempre manipulando pessoas para que elas se tornem mais e mais falíveis e intolerantes. Temos que lutar contra ele todos os dias, mesmo que não o encontremos fisicamente. Porém, Belial não é um ser imaginário ou invisível. Ele existe, e respondendo de forma mais objetiva a sua pergunta, não creio que você o verá, ao vivo e a cores, alguma vez. Fique tranqüilo, pois isso é briga para cachorro grande! – diz Eric, batendo no peito.
Algumas risadas são ouvidas, e o jovem respira aliviado.

Bom, a busca dos Reitores para criar algo memorável continuou e, após um período de tempo que poderíamos contar em milhões de anos, os Reitores conseguiram finalmente conceber algo que o próprio Belial, do alto de sua malignidade, teria que admitir ser um trabalho muito bem feito.

E adivinhem qual a fantástica criação dos Reitores? Exatamente, é aí que os humanos entram na história! Convenhamos que um ser que evolui física, mental e espiritualmente e é capaz de se adaptar da forma necessária a qualquer situação retrata o que podemos chamar de um trabalho “divino”. Não fiquem convencidos, hein? – novamente risos são percebidos.

Após adaptar uma parte do universo para atender as necessidades do ser humano, pouco a pouco, vocês foram espalhados pelo mundo.

- Se bem que hoje em dia esse ambiente já não está lá muito adequado, não é, Eric? – reitera Nicole.

Sem dúvida! Mas a partir de agora, são pessoas como você, Nic, que podem fazer a diferença! Mas vamos deixar a parte de “direitos e deveres” para outro professor. Para não perdermos o fio da história, os Reitores começaram a acompanhar proximamente o desenvolvimento da sua mais recente criação. Para fazê-lo, deduziram que nada mais adequado do que assumir formas humanas. E foi o que eles fizeram.

Difundiram-se no meio dos homens e foram adorados e seguidos como os deuses que realmente são. Podemos dizer que a história da humanidade começou nesse momento e seguia de uma forma que vocês considerariam promissora: os homens pediam auxilio e conselhos a seus Deuses, que lhes atendia da forma necessária. Os Reitores, por sua vez, se sentiam coesos e seguros como no principio dos tempos.

Porém, o tempo pareceu vir provar que os períodos de paz são finitos por definição. Embora unidos, como eu mencionei anteriormente, os Reitores possuíam intelectos muito diferentes. Foi então que um problema de proporções imensuráveis começou a surgir: Os humanos não amavam seus deuses de maneira uniforme.

As pequenas rivalidades não tardaram a se tornar conflitos ideológicos intensos e acalorados. Pouco a pouco, a organizada sociedade humana começou a crescer e se rachar em seis partes distintas, cada uma com as características de um dos Reitores. Os mais antigos, que amavam os Reitores por igual, conceberam filhos e netos que aprenderam a adorar apenas a um deles, que por muitas vezes não era um Reitor adorado pelos filhos e netos do vilarejo vizinho. Não foi preciso mais que uma dezena de gerações para que conceitos e costumes totalmente contrastantes fossem se formando e, como vocês vêem, as coisas finalmente começam a ficar mais parecidas com os dias atuais!

Bom, continuando, a situação estava evidentemente fora de controle...até mesmo para os Reitores. Eles haviam feito os seres humanos imprevisíveis. Privá-los de suas capacidades criativas resolveria o problema, porém, isso findaria completamente com a principal característica humana, o que logo foi considerado fora de questão. Diante de um cenário adverso e quase irreversível, cada Reitor tentou a sua maneira colocar a recém-nascida sociedade humana nos eixos:

Mikael abandonou a Terra e foi até os limites do universo, a fim de buscar algum meio de corrigir o que ele e seus irmãos não haviam previsto. Mas, pelo pouco que sei, ele acabou encontrando percalços, embora confesse ter dificuldades de imaginar o que pode ser considerado um percalço para Mikael, e isso fez com que ele se tornasse incomunicável por um bom tempo.

Mais um aluno pede a vez para falar: - Se o problema era aqui, por que MIkael foi lá para os confins do mundo?

- Sinceramente, Miguel? – diz Eric com uma expressão de quem vai rir em breve – Não faço a mínima idéia! Assim que eu encontrá-lo, prometo que pergunto! – gargalhadas são ouvidas no auditório.

Uma vez feito o comentário sarcástico, Eric permite uma pequena dispersão entre os alunos, para em seguida retomar a seriedade no assunto:
- Brincadeiras a parte, pessoal, independentemente de nossas capacidades, todos somos limitados. Alguns detalhes realmente irão me fugir, mas posso garantir que tudo o que passo para vocês é a nossa história, e não uma fábula, ok?

Continuando com as tentativas dos Reitores, Lucian, que era dotado de oratória privilegiada, buscava reunir seus adoradores e convencê-los a pregar a união entre os seis povos. Embora alguns tenham se unido com o gesto, a maioria continuava a mobilizar conflitos quando não estavam em sua presença, e esses se apresentavam cada vez mais acalorados e irracionais.

Em audaz tentativa, o Andarilho lançou-se no próprio tempo, viajando a um futuro onde não era mais conhecido. O intuito era genuinamente bom: reeducar os humanos, apresentando-se não como o Deus que era, mas sim como um filho dele, assim como todos os demais humanos, colocando-se como um par e não como um superior. Tentou lhes explicar que todos poderiam ser livres e capazes como ele, e que essas capacidades só estariam limitadas a fé de cada ser.
Infelizmente o ódio no coração dos homens já havia chegado a níveis imensuráveis e, além de não o ouvirem como ele esperava, ainda quiseram puni-lo segundo suas próprias leis locais.

Rá, tido entre seus irmãos como o maior sábio da criação, surpreendentemente permaneceu apenas como observador das vãs tentativas de seus irmãos. Eva, também permaneceu passiva, cumprindo uma vez mais seu intento de não influenciar no desenvolvimento da história humana.

Alexandre, ao ver todas as tentativas se frustrarem, percebeu o erro que os Reitores cometeram: Acreditar que paz plena contentaria os humanos era um engano. Não foi o amor pelos Reitores que separou os humanos. A própria natureza humana o fez. O sangue na veia humana fervia na vontade de se opor, confrontar...guerrear. Ao compartilhar de sua idéia com Lucian, Alexandre ganhou um aliado. Era visível que os humanos não estavam mais suportando as diferenças. Não tardaria até que um dos seis lados tentasse opor a sua vontade perante outro de forma definitiva.

A solução encontrada parecia perfeita: Criar um inimigo comum aos seis povos, alguém que todos odiariam. Com certeza os povos se uniriam contra essa ameaça, e todos os Reitores juntos participariam dessa vitória. E após a batalha, os povos unidos celebrariam o triunfo sobre o inimigo em comum, reforçando a divindade dos seis Reitores perante os povos.

Foi então que com a vontade de Alexandre e Lucian, Lucas foi criado. Uma dúvida que pode lhes ocorrer é: Como eles dois criaram Lucas sem o consentimento dos outros? – viu-se que alguns alunos que fariam a pergunta concordaram com a cabeça, aguardando a explicação – Pois eu lhes lembro, para que um Reitor faça algo é preciso a permissão ou a abstenção dos demais irmãos.

Até hoje não sei em que situação Mikael estava que possa tê-lo impedido de “votar contra”, se é que ele iria votar contra. Eva sempre teve por principio não tomar partido de nada, por motivos que podemos explicar melhor em outro momento. Rá, mantendo a postura anterior, não se envolveu na decisão. O Andarilho, devido a detalhes bem complexos envolvendo sua tentativa de salvar a humanidade, estava incapacitado de intervir.

Logo, estava feito, e podemos dizer que o intelecto de Lucas foi caprichosamente trabalhado: Um ser vil, impiedoso e sem o mínimo apego a conceitos que hoje chamamos de honra e justiça. O fim de qualquer humano que cruzasse seu caminho seria rápido e trágico.

O plano caminhava bem, até que...bem...lembram do Belial? Pois é, ele esteve quieto por um bom tempo, até que essa oportunidade de ouro surgiu. Lucas não seria frágil como um humano, mas seu poder não faria jamais par ao de um Reitor. Logo, a encenação de proporções colossais que os Reitores elaboraram não tinha a menor chance de fugir do controle, ao menos na visão deles.

No momento em que Lucas era concebido, onde um desgaste extremo foi exigido de Alexandre e Lucian, Belial decidiu que era o momento de agir: O maligno irmão mais velho concedeu uma parcela de seu próprio poder à Lucas, elevando o poder do futuro inimigo da humanidade ao de um Reitor.

Com esse ato de tamanha esforço, Belial não conseguiu mais se esconder de seus irmãos, porém, sua criação estava pronta. Assim que Belial se revelou, os Reitores conseguiram finalmente banir sua influencia maligna de suas mentes. Com isso, um dos problemas foi resolvido.

- Agora sou eu que não entendi - afirma outro aluno - o que importa se esse Lucas tem o poder de um Reitor? Eles são seis! Esse Lucas já nasceu morto!

- E é aí que você se engana! – retruca Eric - Com Lucas o problema era outro. Existe uma característica muito importante em todas as criações dos Reitores, que creio ser importante ressaltar agora. Os Reitores tem um vínculo com suas obras, que são na verdade, parte deles.

Embora Lucas tivesse adquirido uma parcela do poder de Belial, ele foi criado por Alexandre e Lucian. Logo, como seu poder fazia par aos outros Reitores, ele não teve problemas em compartilhar seu intelecto com os seus irmãos mais velhos.

Instantaneamente, a natureza vil e desprovida de virtudes de Lucas começou a influenciar o comportamento dos demais Reitores. Ao invés de repudiar um ser tão maligno, os demais Reitores o entendiam, pois em essência, ao menos em parte, agora também eram como ele.

Lucas, por sua vez, também foi tocado pela serenidade e retidão de seus irmãos, porém era tão intenso o ódio que carregava consigo que os únicos bons que era visto em seus atos eram raros momentos de misericordia.

O tempo foi passando e, devido a frieza que Lucas adicionou os Reitores começaram a deixar os humanos cada vez mais à própria sorte. Encontrá-los se tornava uma missão cada vez mais difícil, onde verdadeiras caravanas se formavam para visitar o local onde um deles teria feito uma breve aparição. Sem seus Deuses para ampará-los, os seis povos visivelmente rumavam ao fim. Ao perceberem isso, em um lampejo de misericórdia, os Reitores decidiram criar representantes para cuidar de sua criação.

A esses representantes, denominados Arautos, foi delegado o controle de tudo que há no universo: o fogo, o água, a morte, a vida...tudo, afinal.

Não vou mencionar aqui quem são todos os Arautos e quais suas áreas, pois não é relevante para a história. O importante é dizer que os Arautos administraram o caos. Pouco a pouco, a ordem foi retornando ao mundo, e se os Arautos não conseguiram unir os povos, ao menos eles conseguiram organizá-los.

Existem algumas teorias sobre o porquê dos Arautos terem sido mais bem sucedidos que os Reitores. Na minha humilde opinião, o principal motivo para o sucesso dos Arautos foi o método utilizado. Enquanto os Reitores centralizavam todas as decisões, os Arautos compartilhavam seu poder com escolhidos humanos, que por sua vez começaram a espalhar sua doutrina pelos povos. Como os Arautos eram extremamente criteriosos na escolha de seus assistentes, com o passar dos séculos, a ordem foi se instaurando.

Esses escolhidos foram chamados de Dominantes, e é isso que vocês são hoje, assim como muitos outros que estão espalhados pelo mundo nesse momento. Vocês foram escolhidos por nós, Arautos, para nos auxiliar na manutenção da ordem no mundo. E é a partir de agora que o bem e o mal deixam de ser subjetivos para vocês e passam a ser palpáveis.

Eu sou o Arauto responsável pelos Humanos, e faz parte do meu domínio zelar por toda a criatividade e pelo conhecimento que compõe a Humanidade. Com certeza ainda vamos nos ver muito, e quero que saibam que eu sempre olharei por vocês.

Bom, da minha parte é isso. Aguardem aqui, pois um outro Arauto virá esclarecer outras dúvidas, e lhes passar outras informações. Que a sorte lhes acompanhe e tenham todos uma boa noite.

Uma extensa e ruidosa salva de palmas acompanhou o Arauto dos Humanos, que lentamente saiu da sala, deixando os curiosos Dominantes em uma ansiosa espera pela próxima aula.


This entry was posted on domingo, janeiro 11, 2009 at 23:37 and is filed under , , , , . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

1 post-scriptuns

Má, qual foi sua alimentação no dia que escreveu isso? hehehehe...
Senti um "cheiro" de X-Men...]

Beijos e boa sorte com o blog!

16 de janeiro de 2009 às 16:40

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